A relação entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump foi marcada por tensões ao longo de 2025, mas os dois presidentes devem se encontrar na próxima semana após um breve cumprimento nos corredores da ONU, em Nova York. Trump contou que cruzou com Lula após o discurso do brasileiro e que ambos se abraçaram, acertando uma reunião futura.

Essa aproximação contrasta com os últimos meses, quando os Estados Unidos anunciaram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, gerando a maior crise diplomática recente entre os dois países. Desde então, Lula e Trump trocaram declarações públicas que revelam o tom difícil da relação bilateral.

Em abril, Lula reforçou que o Brasil “não tolera ameaças à democracia” e que exige reciprocidade no tratamento internacional. Já em julho, após o tarifaço, acusou Trump de querer agir como “imperador do mundo”, e reclamou da falta de disposição de autoridades americanas para dialogar com sua equipe de governo.

No mês seguinte, Lula afirmou que só procuraria Trump quando tivesse certeza de que o republicano estava disposto a conversar, ressaltando que não se humilharia em busca de diálogo. Ainda em agosto, o presidente dos EUA admitiu pela primeira vez a possibilidade de conversar com o brasileiro.

Em setembro, Trump disse estar “muito desapontado” com o Brasil, justificando as tarifas impostas, mas fez questão de declarar que “ama o povo brasileiro”. Na Assembleia Geral da ONU, Lula criticou indiretamente a política tarifária americana em seu discurso, enquanto Trump comentou que teve “excelente química” com Lula, a quem descreveu como “um homem muito legal”.

Esse será o primeiro encontro formal entre os dois líderes desde a posse de Trump, em janeiro, e ocorre em meio a expectativas de que a conversa possa abrir caminho para reduzir as tensões comerciais e políticas entre os dois países.