Ex-funcionários, ouvidos sob anonimato, relataram que menores que viviam na mansão do influenciador Hytalo, em João Pessoa (PB), eram tratados como propriedade, com horários de alimentação, sono e uso de celular controlados pelo responsável. Festas frequentes permitiam consumo de álcool por adolescentes, e gravações diárias de vídeos, muitas vezes com coreografias sensuais, eram publicadas nas redes sociais, gerando lucro ao influenciador.

Segundo depoimentos, a residência funcionava quase como um reality show, e adolescentes chegavam a faltar até 50 dias da escola para acompanhar gravações e viagens. Uma das jovens engravidou e perdeu o bebê durante o período. Os pais recebiam mesadas de R$ 2 mil a R$ 3 mil para permitir que os filhos morassem na mansão, embora conselheiros tutelares afirmem que não houve denúncias formais das famílias.

Após denúncias de outro influenciador, as redes sociais de Hytalo tiveram a monetização suspensa e, posteriormente, as contas foram removidas, com plataformas reforçando políticas de proteção infantil, prevenção à exploração sexual e limites de interação entre adultos e menores.

O Ministério Público da Paraíba e o Ministério Público do Trabalho indicam que há provas suficientes de exploração e trabalho forçado de menores, incluindo aliciamento em outras cidades. Com a prisão do casal, os adolescentes foram devolvidos às famílias. A defesa nega irregularidades e classifica a prisão como “exagero”, argumentando que o caso foi superdimensionado pela imprensa.