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Monday, 29 de September de 2025 - 13:12:37
Rússia admite possibilidade de armas de destruição em massa em eventual conflito com Europa
TENSÃO INTERNACIONAL

A escalada de acusações entre países da Otan e Moscou ganhou novo tom neste fim de semana. O vice-conselheiro de Segurança Nacional da Rússia afirmou que, caso ocorra uma guerra entre seu país e a Europa, “há um risco absolutamente real de se transformar em um conflito com armas de destruição em massa”. Ele acrescentou que essa possibilidade não preocupa o governo russo, argumentando que “a velha e frígida Europa simplesmente não pode se dar ao luxo de uma guerra com a Rússia”.

O posicionamento ocorre em meio a denúncias de que Moscou estaria por trás da onda de drones de origem desconhecida que sobrevoaram espaços aéreos de países europeus. O episódio mais recente aconteceu na noite de sexta-feira (26), quando aeronaves não identificadas foram vistas sobre a maior base militar da Dinamarca. Dias antes, o governo dinamarquês havia anunciado a aquisição de armamentos de longo alcance para reforçar sua defesa.

A resposta alemã veio no sábado (27), quando o ministro da Defesa, Alexander Dobrindt, afirmou que a ameaça passou a ser considerada alta e prometeu que o Exército do país tomará medidas para proteger suas instalações. Ainda assim, Moscou negou envolvimento. O chanceler Sergei Lavrov, em discurso na Assembleia Geral da ONU, rejeitou as acusações, dizendo que seu país está sendo alvo de provocações e que “qualquer agressão contra a Rússia será recebida com uma resposta decisiva”.

Para enfrentar o problema, ministros da Defesa de países do leste europeu anunciaram o projeto de um “muro antidrones”, uma barreira tecnológica com sistemas de detecção e interceptação. Segundo o comissário europeu de Defesa, Andrius Kubilius, a iniciativa precisa ser implantada com rapidez e terá participação da Ucrânia, que já acumula experiência no uso desses equipamentos durante a guerra. A proposta será debatida na cúpula de líderes da União Europeia em Copenhague, a partir de 1º de outubro.

Enquanto isso, a Dinamarca reforçou sua defesa aérea com radares móveis em regiões próximas a bases militares e aceitou apoio da Suécia, que forneceu tecnologia antidrones para a segurança da reunião de chefes de governo europeus. A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, declarou que seu país foi “vítima de ataques híbridos” e apontou diretamente para Moscou. A embaixada russa em Copenhague, por sua vez, classificou os incidentes como uma “provocação encenada”.

O clima de insegurança se soma ao temor de que drones, cada vez mais usados no conflito entre Rússia e Ucrânia, ampliem vulnerabilidades em solo europeu. Ainda não há definição sobre como o escudo aéreo será financiado, mas a Comissão Europeia indicou que o tema será tratado como prioridade estratégica.

Texto/Fonte: G1