Descoberta de golpe envolvendo pagamentos com aproximação de cartões ganhou visibilidade nesta semana. O delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos, Ruy Guilherme Peral, informou como a população pode se proteger desta nova fraude

Novo golpe veio à tona após manifestação da empresa de cibersegurança Kaspersky. Em comunicado, a instituição apontou que o novo sistema de fraude se dá por meio de um malware (tipo de programa malicioso) criado por grupo de hackers brasileiros. 

Golpe

À reportagem, delegado apontou que o malware em questão se chama Prilex e é instalado em máquinas de cartões e computadores de estabelecimentos. O golpe, segundo a autoridade policial, se dá em diversas fases, sendo que a primeira delas é executada sob o pretexto de uma suposta visita técnica a lojistas.

"Por meio de uma engenhosidade social, eles selecionam estabelecimentos comerciais, geralmente aqueles que têm uma grande movimentação, de alto padrão. Daí, eles vão, inventam uma história de cobertura e se passam por funcionários de empresas das maquininhas de cartão. Falam que querem fazer alguma atualização e nisso instalam o malware no computador e na maquininha", disse Ruy Guilherme.

Instalado o malware, tentativas de transações por aproximação posteriores apresentam falha. Com o erro na operação, a expectativa dos golpistas é que os clientes façam as transações inserindo o cartão nas maquininhas.

Com a inserção dos cartões, segundo o delegado, os usuários veem uma nova mensagem de erro, o que força com que os clientes insiram os dados do cartão novamente. Neste momento, os dados do dispositivo são salvos junto ao malware. Executada essa fase, uma próxima etapa da fraude é realizada pelos golpistas.

"Posteriormente, os crackers vão se passar novamente por funcionários da empresa que o lojista ou empresário tem a maquininha e vão pedir para instalar algum aplicativo de acesso remoto, fazer alguma outra atualização. Nesse momento, os dados capturados são enviados para os crackers. Eles utilizam esses dados depois disso para comercializar na dark web ou eles mesmo aplicarem as subtrações das contas das vítimas", disse.

Como se precaver

Para os usuários de cartões se protegerem, o delegado aponta que a melhor maneira é insistir com os lojistas para que as transações sejam realizadas por aproximação. Nesse sentido, com a suposta falha de uma máquina, uma das opções é a solicitação para que outro dispositivo seja utilizado, também por aproximação.

Em caso de impossibilidade de realizar a operação por aproximação, o usuário também pode verificar o extrato geral das transações do cartão por meio do aplicativo do banco ou em algum terminal da instituição financeira.

Já para os lojistas, a indicação é para que não aceitem prontamente supostas manutenções nas máquinas de cartões. E, caso recebam visitas de eventuais representantes das empresas, verificarem junto às instituições se houve realmente envio de funcionários para atualizações nos aparelhos.