A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi alvo de ataques durante sessão da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, na qual prestava esclarecimentos sobre queimadas e desmatamento. A sessão, que durou mais de seis horas, contou com manifestações agressivas de parlamentares contra a ministra.
O deputado Evair Vieira Melo (PP-ES) a acusou de realizar “adestramento de esquerda”, qualificou-a como “mal-educada” e “deselegante” e afirmou que Marina “nunca trabalhou”. Outros deputados também atacaram a ministra: Zé Trovão (PL-SC) disse que ela é uma “vergonha como ministra” e o capitão Alberto Neto (PL-AM) sugeriu que Marina deveria “pedir demissão”.
Em nota oficial, a Secretaria da Mulher da Câmara repudiou os ataques, classificando as ofensas como desrespeitosas e incompatíveis com os princípios democráticos e o decoro parlamentar. O órgão destacou que tem ocorrido uma banalização do espaço parlamentar, com autoridades sendo vítimas de ofensas pessoais, transformando audiências públicas em palanques de intolerância.
Após o episódio, Marina Silva comentou que o desrespeito é recorrente e que, muitas vezes, é a única resposta daqueles que desconhecem o respeito. No mês de maio, ela abandonou outra audiência no Senado após declarações consideradas machistas e ofensivas.
A Secretaria da Mulher reforçou que atuará com firmeza para combater a violência política de gênero e destacou a urgência de interromper a escalada de casos que buscam intimidar e silenciar mulheres em cargos de liderança nas esferas federal, estadual e municipal.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também se manifestou nas redes sociais, manifestando solidariedade a Marina Silva e repudiando os ataques, ressaltando que eles atingem a todos que trabalham pela preservação do meio ambiente e dos biomas brasileiros.