O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, pediu, na abertura da sessão extraordinária da assembleia-geral do organismo, o fim da invasão russa do território ucraniano. "Basta já! Os combates devem acabar!", afirmou, na abertura do evento, em uma mensagem por vídeo.
A assembleia decidirá se condena ou não a invasão posta em marcha pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, na madrugada da última quinta-feira (24).
"A escalada das operações militares da federação russa na Ucrânia implica um ressurgimento das violações dos direitos humanos", disse o secretário.
Segundo Guterres, muitos civis estão sendo vítimas da guerra. "Embora os ataques russos sejam em grande parte direcionados a instalações militares ucranianas, temos relatos confiáveis de edifícios residenciais, infraestrutura civil crítica e outros alvos não militares sofrendo grandes danos. Inaceitável. Basta."
Guterres falou pessoalmente com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, no sábado (26), e disse que a ONU planejava "melhorar a assistência humanitária ao povo da Ucrânia".
A alta-comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, que falou a seguir, alertou o mundo para a gravidade do que está ocorrendo no Leste Europeu. "Ao longo da história, houve momentos de profunda gravidade que dividiram os acontecimentos entre um antes e um depois, muito diferente e mais perigoso. Estamos diante de um episódio desse tipo."
A ex-presidente chilena também afirmou estar ciente das mortes de 102 civis, incluindo 7 crianças, desde o início da invasão da Ucrânia, e advertiu que os números reais eram "consideravelmente" maiores.
"A maioria desses civis foi morta por armas explosivas de longo alcance, especialmente por disparos de artilharia pesada, de lançadores de mísseis e bombardeios", explicou.