A sobretaxa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros deve provocar perdas estimadas em US$ 5,8 bilhões para o agronegócio nacional. A projeção é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que aponta impactos diretos em segmentos estratégicos como sucos, carne bovina, café, açúcar e etanol.
A medida, que deve entrar em vigor em 1º de agosto, ameaça inviabilizar completamente as exportações da indústria brasileira de sucos para os Estados Unidos, o que representaria uma perda de aproximadamente US$ 795 milhões.
Outros setores também devem enfrentar prejuízos expressivos. A indústria de carne bovina pode deixar de faturar cerca de US$ 671 milhões. No caso do café, as exportações devem encolher em US$ 481 milhões, segundo estimativas da CNA. Para o açúcar de cana, a perda projetada é de US$ 620 milhões, enquanto o etanol pode registrar recuo de US$ 152 milhões em vendas externas.
A tarifa anunciada por Trump foi justificada com base em um suposto déficit comercial dos EUA em relação ao Brasil — uma alegação já contestada por especialistas e representantes do governo brasileiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a decisão como unilateral e disse que o país está disposto a negociar, mas não aceitará imposições.
Além do impacto econômico direto, o tarifaço gera incertezas para exportadores e deve reconfigurar temporariamente as relações comerciais entre os dois países. A CNA e outras entidades do setor avaliam alternativas para redirecionar parte da produção a outros mercados.