O Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para a próxima quinta-feira (24) o interrogatório de sete réus vinculados ao núcleo 4 da trama golpista, investigado pela propagação de notícias falsas sobre o processo eleitoral e ataques virtuais a instituições e autoridades. A intimação dos advogados foi feita após a conclusão dos depoimentos das testemunhas de defesa.
Os acusados, conforme a Procuradoria-Geral da República (PGR), atuavam em operações estratégicas de desinformação, com conhecimento do plano maior da organização, visando desestabilizar a ordem institucional no país. Entre os réus estão militares da reserva e da ativa do Exército, um agente da Polícia Federal e um engenheiro presidente do Instituto Voto Legal.
Eles respondem por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, cujas penas variam entre seis meses e 12 anos de prisão.
Segundo a PGR, o ex-major Ailton Barros teria recebido orientações do general Braga Netto para atacar comandantes militares e disseminar informações falsas. O major da reserva Ângelo Denicoli preparava material falso sobre urnas eletrônicas. O presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Rocha, elaborou relatório usado para contestar as eleições de 2022.
O subtenente Giancarlo Rodrigues e o agente da PF Marcelo Bormevet integravam uma "Abin Paralela", que atuava como centro de contrainteligência da organização, produzindo desinformação contra opositores. O tenente-coronel Guilherme Marques ampliava a divulgação de conteúdos falsos sobre o Judiciário e o processo eleitoral. Por fim, o coronel Reginaldo Vieira de Abreu tentou manipular o relatório das Forças Armadas sobre o sistema eleitoral, sugerindo reuniões apenas com grupos "à margem da legalidade".
O julgamento desta denúncia representa mais um capítulo da apuração da tentativa de golpe institucional envolvendo grupos que atuaram para deslegitimar as eleições brasileiras.