A Justiça de Belo Horizonte autorizou a quebra de sigilo do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, acusado de matar o gari Laudemir Fernandes após uma discussão de trânsito. Operadoras e empresas de tecnologia têm 15 dias para fornecer dados à polícia. Também foi autorizada a perícia nas armas registradas no nome da esposa do suspeito, a delegada Ana Paula Lamego Balbino.

O empresário passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva mantida pelo juiz Leonardo Damasceno, que destacou a gravidade do crime, a perseguição policial e o reconhecimento do veículo por testemunhas. Renê foi transferido do Ceresp Gameleira para o Presídio de Caeté.

Durante a audiência, o suspeito negou o crime e afirmou que estava no trabalho, passeando com o cachorro e indo à academia quando foi detido. Testemunhas e imagens de câmeras de segurança, porém, indicam que o carro do empresário estava na rua onde o gari foi baleado momentos antes do disparo.

O juiz ainda descreveu o empresário como "violento" e "desequilibrado", mencionando ameaças feitas a trabalhadores durante o crime. A Polícia Civil também investiga possível negligência da delegada na guarda das armas, podendo caracterizar transgressão disciplinar. O empresário não possui registro ou porte de arma.

O caso continua sob investigação, incluindo a conduta da delegada em torno dos crimes de omissão de cautela e prevaricação.