O Prêmio Nobel de Química 2025 foi concedido a Susumu Kitagawa, Richard Robson e Omar M. Yaghi pelo desenvolvimento das estruturas metal-orgânicas, conhecidas como MOFs (metal-organic frameworks). O prêmio totaliza 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões) e será dividido igualmente entre os três cientistas.
Os MOFs são materiais ultraporosos capazes de capturar, armazenar e separar moléculas em nível atômico. Estruturalmente, funcionam como uma esponja formada por íons metálicos (cobre, zinco, cobalto) ligados a cadeias orgânicas, criando cristais com inúmeros poros microscópicos. Esses materiais podem absorver gases, armazenar energia e separar moléculas de forma altamente eficiente.
Um grama de MOF pode ter área interna equivalente a um campo de futebol, permitindo aplicações como:
Captura de CO₂ em fábricas e usinas;
Purificação de água, removendo poluentes como PFAS e resíduos de medicamentos;
Armazenamento de hidrogênio para combustíveis limpos;
Controle do amadurecimento de frutas pelo gás etileno;
Produção de chips e semicondutores, neutralizando gases tóxicos.
Richard Robson (Reino Unido) iniciou a pesquisa nos anos 1980, propondo o conceito de cristais com cavidades internas usando íons metálicos e moléculas orgânicas.
Susumu Kitagawa (Japão) demonstrou que os MOFs podiam ser estáveis e flexíveis, absorvendo e liberando gases sem se degradar.
Omar Yaghi (Jordânia/EUA) criou materiais ultrarresistentes, como o MOF-5, e desenvolveu aplicações práticas, incluindo a extração de água do ar em desertos.
Os MOFs já estão sendo explorados em laboratório e indústria, e cientistas do mundo todo criaram dezenas de milhares de variações desses materiais. Eles são considerados “o material do século XXI”, com potencial para revolucionar desde combate às mudanças climáticas até a criação de medicamentos e baterias mais eficientes.
Desde 1901, mais de 190 cientistas foram premiados na área de Química, incluindo Marie Curie, Linus Pauling e Ahmed Zewail.
O mais jovem laureado foi Frédéric Joliot (35 anos, em 1935); o mais velho foi John B. Goodenough (97 anos, em 2019).
Marie Curie é a única pessoa a ganhar dois Nobéis em áreas diferentes: Física (1903) e Química (1911).
O Nobel de Química de 2025 reforça o impacto das descobertas científicas na sustentabilidade, tecnologia e saúde, abrindo novas fronteiras para a química e a engenharia molecular.