O Irã lançou mísseis contra bases militares dos Estados Unidos no Catar e no Iraque nesta segunda-feira (23), em sua primeira resposta direta ao ataque liderado pelos EUA, com apoio de Israel, contra instalações nucleares iranianas no sábado (21). A ação iraniana, batizada de "Anunciação da Vitória", eleva drasticamente a tensão no Oriente Médio e ameaça desestabilizar ainda mais a região.
A ofensiva atingiu a base aérea de Al Udeid, em Doha, capital do Catar — principal instalação militar dos EUA no Oriente Médio, onde estão cerca de 10 mil militares. Segundo relatos, explosões foram ouvidas nas proximidades. Mísseis também foram lançados contra a base de Ain al-Asad, no Iraque, que entrou em estado de alerta máximo. Tropas americanas buscaram abrigo em bunkers, mas até o momento não há confirmação de vítimas ou danos estruturais.
O ataque é uma retaliação ao bombardeio realizado pelos Estados Unidos contra três centros nucleares subterrâneos no Irã — Fordow, Natanz e Isfahan — que, segundo o presidente Donald Trump, foram "completamente destruídos" com mísseis de alta precisão. O governo iraniano classificou a ação americana como “violação grave do direito internacional” e prometeu uma resposta à altura.
No domingo (22), o Irã convocou uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU e anunciou planos para bloquear o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 30% do petróleo transportado mundialmente. A medida, no entanto, ainda aguarda aprovação final do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Ali Khamenei.
A escalada preocupa líderes internacionais e reacende temores de um conflito regional mais amplo, envolvendo potências como Rússia e países da OTAN. Especialistas veem a resposta iraniana como um ponto de inflexão na crise, que pode gerar novos episódios de retaliação e instabilidade geopolítica global.