O governo federal anunciou que todas as favelas do país agora possuem Código de Endereçamento Postal (CEP), marco do programa iniciado em 2024 pelo Ministério das Cidades, em parceria com os Correios. A medida beneficia 12.348 comunidades reconhecidas pelo IBGE, onde vivem 16,39 milhões de pessoas, majoritariamente pretas e pardas (72,9%), distribuídas em 656 municípios brasileiros.
O projeto tinha como meta universalizar o endereçamento até o fim de 2025, e prevê ainda duas etapas complementares: o mapeamento detalhado de ruas, vielas e travessas em 300 comunidades — das quais 765 já receberam novos códigos — e a instalação de postos físicos dos Correios em 100 favelas pelo país.
Segundo o IBGE, aproximadamente 280 mil endereços em áreas urbanas apresentavam “fragilidade de endereço” — locais sem nome de rua ou numeração, o que afetava 870 mil moradores. O novo sistema, afirma o governo, corrige uma exclusão histórica que dificultava o acesso dessas populações a serviços públicos, benefícios sociais e oportunidades de trabalho.
A Secretaria Nacional de Periferias destacou que o CEP é um instrumento de cidadania, essencial para o reconhecimento formal de territórios populares.
Um caso simbólico foi registrado em Campo Grande (MS), onde, após a criação do CEP da comunidade Nova Esperança, uma epidemia de sarna humana pôde ser atendida pelo posto de saúde local, e diversos moradores conseguiram, pela primeira vez, regularizar cadastros e acessar programas sociais.
Com a iniciativa, o governo busca garantir que todos os brasileiros, independentemente de onde vivam, tenham endereço reconhecido oficialmente.