A Força Aérea dos Estados Unidos confirmou que o ex-presidente Donald Trump aceitou um Boeing 747-8 de luxo da família real do Catar. Avaliada em US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões), a aeronave substituirá o atual Air Force One, modelo 747-200B, que tem sido utilizado por presidentes americanos desde os anos 1990.

O jato foi oferecido como presente após visita oficial de Trump ao Oriente Médio, sinalizando um possível estreitamento de laços com países como Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. A doação, no entanto, despertou críticas e levantou questionamentos constitucionais nos EUA, já que a aceitação de presentes de governos estrangeiros por autoridades públicas está sujeita a regras rígidas previstas na Constituição americana.

Segundo a imprensa norte-americana, há a possibilidade de que o novo avião venha a integrar o acervo pessoal de Trump após o fim de seu mandato, podendo até ser transferido à fundação da sua biblioteca presidencial — prática que já ocorreu com Ronald Reagan. No entanto, críticos argumentam que esse tipo de presente pode comprometer a neutralidade diplomática dos EUA, além de abrir espaço para suspeitas de favorecimento.

Durante um encontro com o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, Trump comentou a doação ao ser provocado com uma piada: “Queria que você tivesse [um avião para me dar]”, respondeu. “Se o seu governo desse um avião de presente para a Força Aérea, eu aceitaria”.

O novo modelo, o Boeing 747-8 Intercontinental, é o maior da série 747 e pode transportar até 410 passageiros. Ele possui maior alcance e eficiência energética, além de menor emissão sonora em comparação aos antecessores. A aeronave será adaptada com escritórios, quartos e sistemas de comunicação para atender às necessidades presidenciais.

A modernização deve ser realizada pela empresa militar L3Harris, no Texas, assim que a aprovação formal do governo for concluída. A doação oficial será anunciada na próxima semana, durante visita de Trump ao Catar.