Durante um pronunciamento nas redes sociais, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o novo acordo comercial com a China foi concluído, destacando que “a China fornecerá, antecipadamente, todos os ímãs e quaisquer terras raras necessárias”. Em contrapartida, afirmou que os EUA manterão os compromissos acertados, incluindo a recepção de estudantes chineses em suas instituições de ensino superior, algo que, segundo ele, “sempre foi algo positivo”.
Segundo informações da agência Reuters, os EUA aplicarão tarifas que totalizam 55% sobre produtos chineses. Essa taxa combina diferentes medidas já adotadas anteriormente: uma tarifa “recíproca” de 10% sobre bens de quase todos os parceiros comerciais, mais 20% referentes a sanções direcionadas à China, México e Canadá por alegações de conivência com o tráfico de fentanil, além das tarifas de 25% impostas durante o primeiro mandato de Trump. A China, por sua vez, aplicará 10% de tarifas.
O secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, declarou nesta quarta-feira (11) que a China aceitará “todos os pedidos” de ímãs realizados por empresas norte-americanas. Ele também sugeriu que os chineses estão dispostos a rever os controles de exportação e avaliar formas de intensificar o comércio bilateral. Em entrevista à CNBC, Lutnick afirmou ainda que “as tarifas da China não mudarão a partir de agora” e antecipou que novos acordos com outros países podem surgir já na próxima semana.
O pacto bilateral ocorre após dois dias de intensas negociações entre representantes dos dois países em Londres, na Inglaterra, focadas em tarifas de importação e no comércio de ímãs e terras raras — insumos fundamentais para a indústria tecnológica. Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, o acordo alcançado deve contribuir para fortalecer os laços econômicos entre as duas nações.
Historicamente, a China foi alvo das tarifas mais elevadas desde o início da chamada guerra comercial, com taxas iniciais de até 34%. Essa escalada tarifária levou a retaliações mútuas e, em certo momento, as tarifas dos EUA sobre produtos chineses chegaram a 145%. Para conter os impactos negativos, ambos os países firmaram um acordo provisório em 12 de maio, durante encontro em Genebra, comprometendo-se a reduzir as tarifas por 90 dias.
Contudo, mesmo após esse tratado, as negociações avançaram lentamente. Kevin Hasset, principal assessor econômico de Trump, declarou na segunda-feira (9) que, apesar da autorização chinesa para exportar ímãs e metais de terras raras, essas exportações têm ocorrido “em um ritmo muito mais lento do que o considerado ideal pelas empresas”.
A questão do fornecimento desses minerais tornou-se central nas discussões, já que os metais de terras raras são fundamentais para a produção de baterias de veículos elétricos e outros componentes tecnológicos estratégicos.
Com informações da agência de notícias Reuters.