Durante a cúpula da Otan realizada nesta quarta-feira (25) em Haia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os recentes ataques norte-americanos atrasaram em “muitos, muitos anos” o programa nuclear do Irã. A declaração contraria relatório preliminar obtido pelo New York Times, que indica um impacto limitado, de apenas alguns meses, nas atividades iranianas.
Trump alegou que o relatório ainda estaria incompleto e reforçou que o alvo foi "completamente obliterado". Também declarou acreditar que o recente conflito entre Israel e Irã chegou ao fim após a ofensiva contra instalações nucleares. “Acho que a guerra acabou quando atingimos as instalações. Não vejo o Irã voltando ao programa nuclear, mas, se voltar, estaremos prontos”, afirmou.
Além das declarações sobre o Irã, Trump celebrou avanços na aliança militar. Após forte pressão de Washington, os 32 países membros da Otan se comprometeram a investir 5% de seus PIBs em defesa e segurança até 2035. A promessa inclui uma revisão em 2029 para avaliar o cumprimento da meta e o cenário de ameaças, especialmente diante da Rússia.
Embora alguns países, como a Espanha, tenham sinalizado dificuldade para atingir o percentual, a cúpula reafirmou o princípio de defesa coletiva da Otan, estabelecido no artigo 5 do tratado. A aliança declarou seu “compromisso inabalável” com a segurança mútua, reforçando que “um ataque a um é um ataque a todos”.
O aumento de gastos surge num momento em que os EUA realocam atenção para o Oriente Médio e a região do Indo-Pacífico, exigindo que os demais aliados reforcem sua própria capacidade militar. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, classificou o encontro como “transformador”, mesmo diante de tensões internas entre os países-membros.