O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu que haverá “consequências severas” caso o líder russo, Vladimir Putin, rejeite um cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia. A declaração foi dada nesta quarta-feira (13) após uma videoconferência com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e aliados europeus, dois dias antes de uma reunião com Putin no Alasca.
Trump sinalizou a possibilidade de um segundo encontro, desta vez incluindo Zelensky, caso o primeiro diálogo com o líder russo apresente avanços. Segundo ele, a reunião inicial servirá para avaliar o cenário e definir os próximos passos.
Durante a conversa com líderes da França, Alemanha e Reino Unido, Trump reafirmou que qualquer decisão territorial será discutida apenas pela Ucrânia e defendeu a necessidade de garantias robustas de segurança a Kiev. Os aliados europeus condicionaram um cessar-fogo ao respeito à soberania ucraniana, à rejeição de anexações e à preservação das fronteiras reconhecidas internacionalmente.
Apesar da pressão ocidental, posições de Kiev e Moscou permanecem inconciliáveis. Zelensky exige a interrupção imediata dos combates antes de qualquer negociação territorial e recusa ceder a região de Donbass ou linhas defensivas. A Rússia, por sua vez, reafirma que não abrirá mão das quatro regiões ucranianas sob seu controle — Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia — além da Crimeia.
Trump chegou a mencionar que um acordo poderia envolver “troca de territórios para o bem de ambos”, gerando apreensão entre os aliados de Kiev, que temem concessões unilaterais à Rússia. A cúpula no Alasca, marcada para 15 de agosto, será a primeira reunião presencial entre os presidentes dos EUA e da Rússia desde 2019 e ocorre em meio à maior tensão diplomática desde o início da invasão russa, em 2022.