O presidente Donald Trump afirmou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que os Estados Unidos estão "sentindo falta" de produtos brasileiros afetados pela tarifa de 50% aplicada pelo governo americano, citando especificamente o café. A conversa ocorreu em tom amistoso, com duração de 30 minutos, e marca nova aproximação entre os líderes, iniciada em setembro durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
A tarifa impactou fortemente as exportações brasileiras, especialmente o café, que teve queda de 47% em volume e 31,5% em valor nas vendas aos EUA em setembro. Com isso, a balança comercial entre os dois países ficou negativa para o Brasil em US$ 1,77 bilhão. Paralelamente, as importações do Brasil vindas dos EUA aumentaram 14,3%, somando US$ 4,35 bilhões.
Trump mencionou que a alta nos preços do café nos EUA é agravada pela tarifa, somada a problemas climáticos nos principais países produtores, como o Brasil. O café brasileiro responde por cerca de um terço do consumo americano, que é de aproximadamente 450 milhões de xícaras por dia.
Durante a conversa, Lula solicitou a retirada das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras, incluindo sanções financeiras e cassação de vistos. Os dois líderes também discutiram a continuidade das negociações e a possibilidade de novo encontro presencial, ainda sem data definida, mas que pode ocorrer na COP30 em Belém ou em reunião na Malásia.
A interlocução envolveu ainda o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros brasileiros das Relações Exteriores, Fazenda, Comunicação, além do assessor especial Celso Amorim. Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às tratativas com a equipe brasileira.