O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (18) que ainda não decidiu se o país atacará o Irã em apoio a Israel no conflito em curso no Oriente Médio. Em declarações à imprensa na entrada da Casa Branca, Trump declarou: “Não posso dizer ainda”, mantendo o suspense sobre uma possível intervenção direta.
Segundo o presidente norte-americano, o Irã teria solicitado uma reunião na Casa Branca, proposta que ele rejeitou. “É tarde demais. O Irã deveria ter negociado antes. A paciência acabou”, afirmou Trump. A informação, no entanto, não foi confirmada por autoridades iranianas.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, reagiu com veemência às declarações de Trump e alertou que qualquer ataque dos EUA teria “consequências sérias e irreparáveis”. Em pronunciamento transmitido pela TV estatal, Khamenei criticou a retórica de ameaças e prometeu punir Israel pelos bombardeios recentes, que classificou como um "grande erro".
A escalada do conflito
Desde sexta-feira (13), o confronto direto entre Irã e Israel já deixou mais de 240 mortos, segundo dados oficiais. Grupos independentes indicam que o número real de vítimas pode ser muito maior. A ofensiva já dura seis dias e inclui ataques cruzados, destruição de instalações militares e civis, e alerta internacional para risco de vazamentos radiativos.
Nesta quarta, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que duas fábricas de centrífugas nucleares no Irã foram atingidas por bombardeios israelenses — uma em Teerã e outra em Karaj. O diretor da AIEA, Rafael Grossi, alertou para o risco de vazamentos perigosos, especialmente se as centrais de Fordow e Isfahan forem atacadas.
Implicações geopolíticas e militares
O conflito ganhou proporções internacionais. Os EUA têm reforçado sua presença militar na região com o envio de aeronaves de combate adicionais, mantendo, por enquanto, apenas ações defensivas. Isso inclui o suporte a Israel para interceptar mísseis lançados pelo Irã.
Enquanto isso, o acordo nuclear entre Teerã e Washington, que já estava fragilizado desde que Trump retirou os EUA do pacto em 2017, está suspenso. Nenhum dos lados confirmou se as negociações serão retomadas ou definitivamente encerradas.
A escalada preocupa a comunidade internacional, tanto pela instabilidade regional quanto pelo risco de envolvimento de outras potências no conflito. Em meio a esse cenário volátil, Trump mantém o tom beligerante, mas ainda evita declarar guerra formalmente.