O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar duramente o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, nesta quinta-feira (17). Segundo Trump, Powell está “sempre muito atrasado e errado” na condução da política de juros do país.
A declaração acontece um dia após Powell ter criticado o aumento das tarifas comerciais promovidas por Trump, afirmando que os valores anunciados estão acima do que o Fed esperava, mesmo nos cenários mais extremos. O presidente do banco central também disse que esse tipo de política pode dificultar o controle da inflação e comprometer o fortalecimento do mercado de trabalho.
Trump, por sua vez, reclamou da demora para o fim do mandato de Powell, que segue como presidente do Fed até maio de 2026. Os mandatos no comando da instituição têm duração de quatro anos.
Atualmente, as taxas de juros nos Estados Unidos estão entre 4,25% e 4,50% ao ano — níveis considerados altos para os padrões americanos. Trump já criticou esse patamar em outras ocasiões, defendendo cortes nos juros para estimular a economia.
Juros mais altos, no entanto, são uma ferramenta usada pelo banco central para conter a inflação. Quando o crédito fica mais caro, empresas e consumidores tendem a gastar menos, o que reduz a pressão sobre os preços. Por outro lado, o consumo mais fraco pode desacelerar o crescimento econômico.
O Federal Reserve é uma instituição independente, e o governo não pode interferir diretamente nas decisões sobre juros. Essa autonomia é vista como fundamental por especialistas.
“O Fed precisa ser técnico. Os governos sempre querem juros baixos, mas isso pode causar inflação no futuro”, explicou o analista de investimentos Vitor Miziara. “A independência do banco central serve justamente para evitar decisões populistas e garantir uma economia equilibrada no médio e longo prazo”, completou.