O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (8) um pacote de tarifas sobre produtos importados de 15 países, com alíquotas que variam entre 25% e 40%. As medidas passam a valer a partir de 1º de agosto de 2025 e foram comunicadas por meio de cartas enviadas diretamente aos chefes de Estado das nações envolvidas.
As tarifas mais altas foram destinadas a Laos e Mianmar, ambos com 40%. Outros países atingidos incluem Japão, Coreia do Sul, Indonésia, África do Sul e Tailândia, com percentuais entre 25% e 36%. A justificativa apresentada por Trump é a existência de déficits comerciais persistentes com esses países e a necessidade de reequilibrar as relações comerciais com os EUA.
No conteúdo das cartas — também divulgadas em sua rede Truth Social — Trump afirma que os países que transferirem sua produção para os Estados Unidos estarão isentos das tarifas, e promete agilidade nos trâmites para facilitar esse processo. “Essas tarifas são necessárias para corrigir muitos anos de políticas injustas que prejudicaram nossa economia”, escreveu.
A entrega das notificações confirma a prorrogação da chamada “trégua tarifária” até o fim de julho, período em que ainda será possível negociar acordos bilaterais para evitar as taxações. A União Europeia, que ainda negocia com Washington, não recebeu até o momento nenhuma carta oficial sobre tarifas.
Além das sanções comerciais, Trump aumentou a pressão sobre os países do Brics — grupo que inclui Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul, além de novos integrantes como Irã, Indonésia e Emirados Árabes Unidos. Segundo o republicano, não haverá exceções à política de tarifação para membros do bloco que adotem, segundo ele, “políticas antiamericanas”.
A China e a Rússia reagiram. Pequim declarou que “usar tarifas como ferramenta de coerção não é benéfico a ninguém”, enquanto Moscou reiterou que o Brics não é uma aliança contra terceiros, e sim um grupo comprometido com uma ordem internacional mais equilibrada.
O Brasil, também integrante do Brics, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o tarifaço. Autoridades americanas informaram que não há decreto publicado sobre eventuais medidas contra o grupo, mas ressaltaram que a posição de Trump dependerá dos próximos passos adotados pelos países-membros.
Veja abaixo os países que receberam os documentos e as taxas anunciadas por Trump até o momento: