O filme “Um toque familiar” (“Familiar Touch”) traz uma abordagem sensível e única ao mostrar a demência do ponto de vista da protagonista, Ruth Goldman, interpretada pela veterana Kathleen Chalfant. Dirigido pela estreante Sarah Friedland, o longa estreou nos Estados Unidos e conquistou prêmios importantes, como melhor direção no Festival de Veneza e melhor filme de ficção na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

A narrativa acompanha Ruth enquanto ela enfrenta os primeiros sinais da doença — como erros simples em receitas que antes dominava com facilidade — e a dolorosa perda da memória, exemplificada quando confunde o próprio filho com um estranho. O filme acompanha sua adaptação a uma instituição de longa permanência, mostrando seu conflito com a rotina rígida e sua busca por identidade e propósito, especialmente ao se envolver com a cozinha do local.

Sarah Friedland se inspirou na história de sua avó e nas experiências como voluntária em casas de idosos, ressaltando o preconceito enfrentado pelos mais velhos. A produção contou com moradores reais de uma comunidade de aposentados, que participaram do elenco, enriquecendo a autenticidade do filme.

Este longa traz uma reflexão importante sobre a demência, que afeta milhares de pessoas e cujos impactos emocionais são ainda pouco explorados sob a perspectiva dos próprios pacientes. Um alerta sobre a importância do respeito e do cuidado humano na velhice.