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Monday, 11 de August de 2025 - 15:46:57
Vacina experimental prolonga sobrevida e reduz recaída em cânceres agressivos, revela estudo
VACINA DE IMUNOTERAPIA MOSTRA PROMESSA NO CONTROLE DE CÂNCER DE PÂNCREAS E INTESTINO

Um estudo clínico de fase 1 publicado nesta segunda-feira (11) na revista Nature Medicine apresentou resultados promissores de uma vacina experimental chamada ELI-002 2P, capaz de prolongar a sobrevivência e diminuir a recorrência em pacientes com câncer de pâncreas e colorretal. O tratamento foi aplicado em 25 pacientes que já haviam passado por cirurgia e quimioterapia, mas ainda apresentavam sinais da doença no sangue.

A vacina não é personalizada, o que permite sua fabricação em larga escala e armazenamento como um produto “de prateleira”. Ela atua estimulando o sistema imunológico para atacar mutações específicas do gene KRAS, comum nesses tipos de câncer. O diferencial do ELI-002 2P está na capacidade de direcionar os fragmentos mutantes diretamente aos linfonodos, onde o sistema imunológico organiza suas respostas de defesa.

Dos 25 pacientes, 20 tinham câncer de pâncreas e 5, câncer colorretal. A mediana de acompanhamento foi de 20 meses. Entre os pacientes com câncer pancreático, a sobrevida média alcançou 29 meses, enquanto o tempo médio livre de recorrência ultrapassou 15 meses, superando os resultados tradicionais após tratamentos convencionais.

O imunizante funciona ao carregar pequenos peptídeos mutantes do KRAS para os linfonodos, auxiliando o organismo a reconhecer e eliminar as células tumorais portadoras dessas mutações. Além disso, alguns pacientes apresentaram respostas imunes contra outras variantes do KRAS presentes em seus tumores, embora essas não estivessem incluídas na vacina, o que sugere um efeito personalizado indireto do tratamento.

Esse avanço é particularmente relevante diante da alta mortalidade do câncer de pâncreas, que frequentemente recorre mesmo após cirurgia e quimioterapia. Segundo o oncologista Zev Wainberg, da Universidade da Califórnia e líder do estudo, “essa vacina pode ajudar a treinar o sistema imune a reconhecer mutações específicas do tumor e prevenir recaídas”.

Atualmente, a ELI-002 2P está em fase 2 de testes clínicos, que envolve mais pacientes e um protocolo de avaliação mais rigoroso para validar os resultados iniciais e avaliar seu potencial como parte de um tratamento abrangente para esses cânceres agressivos.

Texto/Fonte: G1