O Banco Central informou, nesta quinta-feira (24), que dados cadastrais vinculados a 46.893.242 chaves Pix foram expostos após um acesso indevido ao sistema Sisbajud, operado em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Entre as informações comprometidas estão nome do usuário, CPF, instituição financeira de vínculo, agência, número e tipo da conta, chave Pix, situação da chave, além das datas de criação e exclusão. O BC esclareceu que os dados expostos referem-se a aproximadamente 11 milhões de pessoas, uma vez que cada indivíduo pode ter múltiplas chaves Pix atreladas a diferentes dados pessoais, como telefone, e-mail ou CPF.

Segundo os órgãos envolvidos, o vazamento não atingiu dados sensíveis como senhas, saldos ou extratos bancários, nem informações protegidas por sigilo financeiro. Em nota, o BC afirmou que os dados vazados não permitem movimentações nem acessos às contas bancárias.

O CNJ, por sua vez, garantiu que a falha foi rapidamente identificada e corrigida, com o restabelecimento das operações do sistema após a adoção de medidas de segurança. Tanto a Polícia Federal quanto a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) foram notificadas sobre o incidente.

Apesar de não haver risco direto de movimentações financeiras, os dados expostos podem ser utilizados para golpes e fraudes. Por isso, o CNJ recomenda cautela com e-mails, ligações e mensagens suspeitas. O conselho ressalta que não entra em contato com os cidadãos por esses meios e disponibilizará em seu site um canal oficial para que os usuários verifiquem se foram afetados.

O vazamento ocorre em meio a um cenário de atenção crescente à proteção de dados no país, intensificado após a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A legislação obriga que incidentes com risco ou prejuízo relevante aos titulares sejam comunicados às autoridades e aos cidadãos.