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Terça, 11 de janeiro de 2022 - 09:50:13
Viajar de ônibus é mais barato, mas exige muita prevenção
VIAGEM
Maior tempo de viagem, com muitas pessoas, em ambiente sem purificação de ar: ônibus exigem que você mesmo assuma os cuidados contra o coronavírus

Com mais de 78% dos adultos brasileiros vacinados contra o coronavírus, os números de casos, internações e mortes vinham caindo e chegamos à alta temporada em situação que animou o setor turístico. As pessoas retomaram as viagens, e hotéis e atrações voltaram a funcionar. A CNC (Confederação Nacional do Comércio) previa que em maio próximo o setor retornasse ao patamar pré-pandemia.

Mas veio a variante Ômicron, associada ainda ao inusitado crescimento do número de casos de gripe em pleno verão. Nas últimas semanas, temos visto o aumento diário no registro de pessoas infectadas. Um aumento explosivo que, se prosseguir no ritmo atual, poderá trazer de volta complicações no atendimento em hospitais.

As férias escolares ainda não acabaram e muitas famílias se deslocam pelo país para aproveitar o verão brasileiro, por enquanto bem chuvoso. Com a alta do dólar, o aumento no preço das passagens aéreas e a perda de renda, cada vez mais a viagem de ônibus é uma opção economicamente vantajosa.

Em contrapartida, viajar de ônibus pode ser bem arriscado do ponto de vista dos cuidados com a disseminação da Covid-19. Ao contrário do que ocorre nos aviões, os ônibus não têm um sofisticado sistema de purificação de ar e, na maioria dos casos, fazem viagens mais demoradas. As pessoas passam mais tempo aglomeradas em um espaço pequeno e pouco arejado.

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que regulamenta o setor, estabelece parâmetros mínimos para as viagens interestaduais e internacionais. Uma resolução da agência, de dezembro de 2020, define esses parâmetros.

Segundo a resolução, as empresas de ônibus devem garantir condições de uma viagem segura e têm que explicar os protocolos de segurança aos passageiros. Deve ser reduzida a possibilidade de contato entre os viajantes e, em veículos sem ar condicionado, as janelas têm de ser mantidas abertas.

As empresas de ônibus são obrigadas ainda a manter um padrão de higienização dos veículos de acordo com um manual estabelecido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Uma exigência, no entanto, anterior mesmo à pandemia atual.

Fora isso, recomendações que dependem mais dos passageiros e com as quais eles estão acostumados no seu dia a dia: uso de máscara e higienização constante das mãos. Não há regras estabelecidas, por exemplo, para as paradas durante as viagens. Não há uma definição de escalonamento de entrada e saída dos ônibus. Tudo isso fica a cargo de cada companhia. Ou dos cuidados adotados pelos próprios passageiros.

Nos terminais rodoviários, as concessionárias adotam procedimentos como redução do número de assentos disponíveis nas áreas de espera, para permitir o distanciamento; disponibilização de álcool em gel; e avisos de orientação aos passageiros, em placas ou no sistema de som dos terminais. Porém, mais uma vez, o resultado dessas medidas depende muito da adesão dos usuários do terminal.

Por isso, consultamos uma especialista para saber o que as pessoas que pretendem viajar de ônibus nestas férias devem fazer para reduzir os riscos de contaminação. Para a consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia Sylvia Lemos, os transportes terrestres oferecem mais risco sanitário: "As companhias aéreas exigem um teste negativo, e as de ônibus não".

 

Sylvia completa: "Você está correndo risco ao viajar. Em um ônibus ainda mais, porque são várias horas no [ambiente com] ar condicionado. Basta ver que as pessoas saíram neste fim de ano e estão voltando para casa contaminadas".

Para correr menos risco ao viajar, Sylvia recomenda o básico: ficar o tempo todo de máscara, higienizar as mãos frequentemente e trocar a máscara quando ela ficar úmida.

 

Texto/Fonte: R7 NOTÍCIAS