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Quarta, 23 de outubro de 2024 - 15:16:33
Violência contra médicos em Mato Grosso alcança 815 casos e coloca estado entre os 10 mais afetados do país
PROBLEMA GRAVE
Em todo o Brasil, desde 2013, o número total de BOs envolvendo médicos atingiu 38 mil, com quase metade dos casos ocorrendo em São Paulo

A violência contra médicos em Mato Grosso alcançou níveis alarmantes, colocando o estado como o décimo com o maior número de casos no Brasil. Dados inéditos do Conselho Federal de Medicina (CFM) revelam que, entre 2013 e 2024, foram registrados 815 boletins de ocorrência (BOs) relacionados a ameaças, lesões corporais, desacatos e outros tipos de violência contra profissionais de saúde no estado. A média nacional é assustadora: um médico é vítima de agressão enquanto trabalha em um estabelecimento de saúde a cada três horas.

Em todo o Brasil, desde 2013, o número total de BOs envolvendo médicos atingiu 38 mil, com quase metade dos casos ocorrendo em São Paulo. Para o CFM, o crescimento das ocorrências, que teve seu recorde em 2023, evidencia que o problema está fora de controle. O presidente da entidade, José Hiran Gallo, expressou sua preocupação, ressaltando que o aumento da violência, principalmente em unidades públicas de saúde, exige medidas urgentes por parte dos gestores de segurança pública e do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em Mato Grosso, a violência contra médicos também teve episódios trágicos, como o caso ocorrido em 2022, quando uma médica grávida foi esfaqueada durante o trabalho em uma unidade de saúde em Primavera do Leste, e uma agente de saúde foi morta no mesmo ataque. Esses eventos são parte de uma realidade em que profissionais de saúde, principalmente mulheres, são frequentemente alvo de agressões por pacientes ou familiares.

Além disso, o CFM aponta que a violência contra médicos não se limita a pacientes e familiares; há também relatos de agressões cometidas por colegas de trabalho. A situação é preocupante em diversos estados, sendo que São Paulo lidera em número de ocorrências, seguido pelo Paraná e Minas Gerais.

Em resposta a essa crise, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) apoia o Projeto de Lei 2.390/2022, proposto pela senadora mato-grossense Margareth Buzetti, que visa aumentar as penas para crimes de violência contra profissionais da saúde. O projeto pretende ampliar em um terço as penas para ameaças, lesões corporais e desacato cometidos contra esses trabalhadores, reconhecendo a gravidade do problema.

O CRM-MT também defende a criação de uma delegacia especializada em crimes contra a saúde em Mato Grosso, como forma de fortalecer a prevenção e investigação desses casos, garantindo maior segurança tanto para médicos quanto para pacientes. O Conselho reforça a urgência de medidas para assegurar um ambiente de trabalho seguro e digno para os profissionais da saúde, fundamentais para a sociedade.

Texto/Fonte: Com CENÁRIOMT