A influenciadora digital Virginia Fonseca prestou depoimento nesta terça-feira (13) à CPI das Bets no Senado, onde negou receber comissão com base nas perdas dos apostadores, embora tenha admitido que poderia ganhar 30% a mais no contrato com a Esportes da Sorte se os lucros da empresa dobrassem — algo que, segundo ela, não ocorreu.
Virginia afirmou que sempre alertou seus seguidores sobre os riscos das apostas e que respeitou as normas do Conar. Disse ainda que não usa sua conta pessoal para divulgar as plataformas e que atualmente mantém contrato com a Blaze, mas não mais com a Esportes da Sorte. Ela negou ter promovido empresas de fachada ou recebido por meio de criptoativos, e declarou todos os valores à Receita Federal.
Ao ser questionada sobre o impacto das apostas, Virginia declarou que, se for decidido pelo Congresso o fim da atividade, ela concorda. Também revelou que sua empresa de cosméticos, Wepink, faturou R$ 750 milhões em 2024 e que não ficou milionária com as bets.
Durante a sessão, o senador Cleitinho (Republicanos-MG) criticou os colegas da CPI, isentou Virginia de culpa e pediu uma selfie com a influenciadora, o que provocou uma reação dura do presidente da CPI, Dr. Hiran (PP-RR), que reforçou que o depoimento não seria tratado como “circo”.
Virginia usou o direito ao silêncio em questões que pudessem incriminá-la, como os valores recebidos, mas se comprometeu a entregar seus contratos sob sigilo. A relatora, Soraya Thronicke (Podemos-MS), afirmou que a CPI quer entender o papel de grandes influenciadores na divulgação das casas de apostas, atividade que já impacta a saúde financeira e mental de milhares de brasileiros.
Nesta quarta-feira (14), a CPI deve ouvir o influenciador Rico Melquiades e a advogada Adélia Soares. A comissão investiga o envolvimento de plataformas de apostas online com lavagem de dinheiro, impactos econômicos e o uso de influenciadores para atrair novos jogadores. O relatório final deve ser entregue até junho.