A China realizou nesta terça-feira (2) o maior desfile militar de sua história, em Pequim, para marcar os 80 anos da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. Diante de mais de 50 mil pessoas, o presidente Xi Jinping declarou que a humanidade está diante de uma escolha decisiva “entre paz ou guerra, diálogo ou confronto”.

O evento, chamado de “Dia da Vitória”, contou com a presença de líderes como Vladimir Putin, da Rússia, e Kim Jong-un, da Coreia do Norte. Juntos, eles caminharam por um tapete vermelho antes da cerimônia na Praça da Paz Celestial. Xi, usando terno no estilo de Mao Tsé-tung, cumprimentou em inglês mais de 20 chefes de Estado convidados.

O desfile exibiu tanques modernos, drones, mísseis hipersônicos e sobrevoos de aeronaves militares, numa demonstração do poderio bélico chinês. Antes de discursar, Xi passou em revista as tropas do Exército de Libertação Popular, que marcharam em formação.

O contexto global foi pano de fundo para as falas do presidente chinês, que destacou que o povo da China “permanece do lado certo da história”. Ele aproveitou para defender uma nova ordem mundial baseada na cooperação e na rejeição ao “hegemonismo e à política de poder” — crítica indireta aos Estados Unidos.

A postura “América em primeiro lugar” do presidente Donald Trump e a guerra comercial conduzida por Washington com diferentes países têm gerado atritos em alianças tradicionais. Na véspera, questionado sobre o desfile, Trump afirmou que não via o ato como uma provocação, ressaltando que mantém “uma relação muito boa” com Xi. “A China precisa muito mais de nós do que nós deles”, disse o presidente norte-americano.