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Sunday, 06 de August de 2023 - 08:47:26
Rota: como funciona a tropa de elite da PM envolvida nas mortes no litoral de SP
POLÍCIA
Rota tem treinamento diário, armas de guerra, histórico de grande letalidade e ações violentas; votação define quem fará parte da tropa

Criada na década de 1970 para combater ações da esquerda armada durante a ditadura militar, a Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) conta hoje com cerca de 800 integrantes — os boinas pretas — e é considerada a tropa de elite da Polícia Militar (PM) de São Paulo — e também a mais letal.

Não há concurso e nem formação específicos exigidos para ingressar na Rota, o 1º Batalhão de Choque da PM e onde trabalhava o soldado Patrick Bastos Reis, assassinado com um tiro no tórax dia 27 de julho, durante um patrulhamento em uma comunidade no Guarujá, litoral sul paulista.

Imagem colorida mostra um homem observa uma viatura da Polícia Militar com profissional da saúde apoiado sobre maca - Metrópoles

Policial da Rota é morto em Guarujá Reprodução

PM da Rota Patrick Bastos Reis fardado, com boina da PM. Ele morreu durante patrullhamento no Guarujá

PM da Rota Patrick Bastos Reis baleado e morto durante patrulhamento no Guarujá Divulgação/Polícia Militar

Publicação no Instagram com foto em preto e branco de policial da Rota com a palavra

PM declara luto pela morte de Patrick Bastos Reis, policial da Rota morto no Guarujá 

Imagem mostra homem branco, com boina preta e uniforme militar - Metrópoles

PM da Rota Patrick Bastos Reis baleado e morto durante patrulhamento no Guarujá Divulgação/Polícia Militar

Imagem colorida mostra homem de blusa cinza observando viatura da Rota ao fundo estacionada em um corredor de hospital - Metrópoles

Policiais da Rota baleados no Guarujá foram socorridos no Pronto Atendimento Municipal da Rodoviária Reprodução

Imagem colorida mostra um homem observa uma viatura da Polícia Militar com profissional da saúde apoiado sobre maca - Metrópoles

Policial da Rota é morto em Guarujá Reprodução

PM da Rota Patrick Bastos Reis fardado, com boina da PM. Ele morreu durante patrullhamento no Guarujá

PM da Rota Patrick Bastos Reis baleado e morto durante patrulhamento no Guarujá Divulgação/Polícia Militar

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A morte de um PM da Rota em serviço comoveu a corporação. Em poucas horas, o secretário da Segurança Pùblica, Guilherme Derrite, que já foi do batalhão, ordenou a deflagração da Operação Escudo, para capturar os assassinos do soldado. Desde então, 16 pessoas foram mortas em supostos confrontos com a polícia e 147 suspeitos foram presos.

O número elevado de mortos na operação, classificada como chacina por órgãos de defesa dos Direitos Humanos, colocou em evidência a Rota, cuja fama de ser a “polícia que mata” é historicamente explorada por políticos de direita, como o ex-governador e ex-prefeito Paulo Maluf.

Laços de confiança

Para entrar e permanecer no quartel amarelo da Avenida Tiradentes, sede da Rota no bairro da Luz, região central de São Paulo, é preciso criar laços de confiança com quem já faz parte do grupo e se enquadrar no método de trabalho de quem está por lá.

Com o fim da ditadura militar, na década de 1980, a Rota foi reorientada para atuar no combate ao crime organizado, em especial, o tráfico de drogas. Ao longo de décadas, a tropa ficou marcada pela alta letalidade, uso político e também um padrão de policiamento diferenciado em relação aos demais batalhões da PM.

por taboola

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Nos primeiros seis meses deste ano, já com câmeras nos uniformes, foram 23 mortos pelo Comando de Policiamento de Choque, do qual a Rota faz parte. No mesmo período de 2019, no pré-pandemia, sem câmeras, foram 67 mortos — 21 só no mês de abril daquele ano.

“O papel da Rota na atualidade é dar apoio às demais unidades operacionais. Quando pega uma região com altos índices de criminalidade, você leva a tropa para essa área e deixa por lá por 30 dias ou mais. É uma tropa bastante especializada, é inquestionável”, afirma Glauco Carvalho, coronel da reserva da PM e doutor em Ciência Política.

Texto/Fonte: William Cardoso Metrópoles